Desde que nascemos, somos ensinados a caber. Correr atrás de um nome, de um título, de um lugar neste mundo feito de regras invisíveis e fronteiras imaginadas. Mas e se tudo isso for apenas um jogo? E se, por trás da pele que usamos e da história que contamos, houver algo imensamente maior — um ser ilimitado, esquecido de si mesmo, experimentando o que é ser pequeno?

Sim, talvez sejamos isso: deuses esquecidos, jogando o jogo da limitação.

O esquecimento como ponto de partida

Antes de aprendermos a falar, já nos haviam dito o que devíamos ser. Antes de sonharmos por nós mesmos, já tínhamos sonhos impostos. É como se tivéssemos assinado um contrato invisível com este mundo: “esqueça quem você é, e em troca terá aceitação”.

Mas a alma nunca se esquece. Ela sussurra nos silêncios, se agita nas crises existenciais, grita em noites insones. Ela quer lembrar. E quando finalmente nos silenciamos por dentro, uma faísca acende. Uma memória sem nome. Um reconhecimento sem palavras.

O jogo da limitação

Por que um deus escolheria ser limitado?

Talvez para valorizar o voo, é preciso antes sentir o chão. Talvez a luz só brilhe plena na escuridão. Talvez tudo isso seja apenas uma experiência: esquecer-se para lembrar, perder-se para reencontrar.

Neste jogo, cada obstáculo é um espelho. Cada dor, um mestre. Cada limite, um lembrete sutil de que não somos apenas carne — somos consciência, essência, presença.

As grades que construímos

A sociedade nos ensina a medir o valor por aquilo que possuímos. A espiritualidade nos lembra: não somos aquilo que temos, mas aquilo que somos quando nada mais resta.

O medo, a culpa, a vergonha — são programações, não verdades. São grades mentais que aceitamos sem perceber. Mas nenhuma prisão é eterna para quem decide lembrar.

Despertar não é se tornar algo novo. É desfazer o que nunca fomos.

O sagrado esquecido em nós

Já sentiu uma intuição que te salvou? Já teve um pressentimento que depois se confirmou? Já chorou sem entender por quê, mas sentiu alívio logo depois?

Esses momentos não são acaso. São pequenos portais. São memórias daquilo que realmente somos: seres divinos vivendo uma experiência temporariamente humana.

Não estamos perdidos, estamos adormecidos.

Lembrar é libertar

A grande virada acontece quando paramos de tentar “alcançar” algo e começamos a lembrar. Lembrar que não estamos incompletos. Lembrar que a força que procuramos está dentro, não fora. Lembrar que o universo não está contra nós — ele é parte de nós.

E quando isso acontece, o jogo muda. Jogamos com consciência. Criamos com intenção. Sofremos menos porque compreendemos mais. Não nos tornamos deuses — lembramos que sempre fomos.


Conclusão: o divino desperto caminha leve

Você não está perdido. Você está num caminho que escolheu antes mesmo de saber andar. Um caminho que começa com o esquecimento e termina na lembrança.

E se hoje a dor te visita, talvez ela apenas queira te acordar.
Se tudo parece vazio, talvez seja o convite para se preencher de verdade.
E se tudo parecer impossível, lembre-se: você é um deus esquecido, mas não perdido.